Ondas da Memória

terça-feira, outubro 30



Hoje cheguei em uma amiga aspirante de químico e perguntei:

- Raquel, como faço para apagar algumas memórias?

- Simples. Faça uma lavagem cerebral.

- Uma boa. Mas assim perderia toda minha memória e bem, não é isso o meu propósito.

- Então já era.

O famoso curto, simples e grosso. É do tipo de idéia bem parecida como essas "de onde nós viemos?" ou mesmo "Deus realmente existe?". É do tipo de duvida que temos, mas não é por falta de respostas concretas que assim deixamos em acreditar e de existir, e assim, nem de viver.

Agora, memórias são grandes problemas. Uma hora uma coisa que te prova que existem possibilidades em ser um ser feliz, independentemente de problemas que alí estejam te cercando. Outrora, te mostra que tudo acaba, por mais que se ache eterno, tudo um dia vai, deixando apenas as saudades e a vontade em viver tudo aquilo outra vez. Quando não vem para te relembrar que o mundo é mal, ou que você é ruim.

Lástima horrorosa, mas que se dar para tirar de proveito de uma das filosofias de Nietzsche, que diz basicamente isso: por trás de todo um ápice de felicidade, à um mal horripilante te aguardando. Parece macabro e pessimista, mas parando para analisar a sua própria vida, você sente isso de uma maneira amarga que com o tempo vai se adocicando e assim te serve como lição para o resto da vida.

Parece ser coisa de quem não tem o que pensar. Pode até ser quando não se tem motivos para pensar. Problema que motivos é o que não faltam para as lembranças te corroerem de uma forma subliminar e contínua. As vezes me amaldiçôo, as vezes tenho ódio em ter me adentrado tão bem a alma de alguém, mas são coisas que inevitavelmente, pessoas com uma carga "humanista" a mais estão propensas a sentir.

Sentir o que?
A esperança em coisas mortas e principalmente acreditar na capacidade mutua do ser humano.

Como tudo passa, tudo passará, idéias e crenças vão perdendo sua cor e validade quando ver esforços escorrerem no mesmo ralo dos pecados humanos. É deixar viver, lembrando se enxergar e fazer o que deve ser feito, seguir a trilha que deve ser seguida e manter sua memória acesa à futuras experiências martilizantes ou excitantes.

E o que estar para trás, deixa o tempo levar,
como uma onda no mar.

Lulu Santos - Como Uma Onda

4 Tragadas:

cidadania italiana disse...

Bela foto do mar.

Adorei conhecer seu blog

Abraço

Everaldo Ygor disse...

E o Mar, em seu movimento eterno, movimento de idas e voltas, ventos que apagam pensamentos...
Otimo Post
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/

Renan. disse...

Bem que eu queria fazer uma lavagem cerebral. :]

Unknown disse...

Simplesmente...magníficas palavras!